Espera
Cheguei naquela acomodação, muitos seres habitavam em mim,
Ansiedades, preocupações, incertezas...
Deixei a água cair sobre meu corpo, o tempo parecia estagnado,
Aguardava ansiosamente a hora.
Pincéis, cores, formas foram ganhando vida em minha face.
Como foi difícil deixar ir àqueles que habitavam em mim...
As pálpebras ainda enrijecidas, as mãos tensas,
Eu precisava me desligar...
Minhas mãos traziam o rosário, mas minha mente estava absorta,
Aos poucos fui deixando-os ir... Silêncio “comunhal”...
Nada mais me perturbava... Eu sabia que chegaria a hora...
Estava ali presente, aguardando,
Toda pomposa, com brilhos e pérolas...
Mas, nada disso importava, eu estava ali,
Internamente despida, sem censura,
Toda presente, sem emoção, sem pensamentos,
Simplesmente ali aguardando a hora.