O QUE JAMAIS FOI

Sou o planeta

Errante que caminha pelo vácuo

A minha trilha entre as órbitas

A perambular no espaço

Enchem-me as marés em plena lua cheia

Meu rastro é de um cometa andarilho que transita

Seguindo seu destino sem se preocupar

Minh'alma todavia é feita de aço

Sou o arco que se dobra entre as dimensões

Caminho viajante de uma ponta a outra

Vivendo pelas eras a vida é efêmera

Pra mim não importa

Trafego pelos séculos em meio as multidões

Sou o eclipse perfeito, negro como o limbo

Espalho a poeira a cintilar no ar

Constelações de vidro perdidas nas areias

Malabarista no cosmos a me aperfeiçoar

Sou crisálida dormente em metamorfose

Sou crisântemo plantado no jardim

Sou a célula rompida em elétrica meiose

Sou o caos pertinente tão perto do fim

Substância indefinida em plena osmose

O jamais, o entanto e portanto outrossim

Sou o que jamais fui

Não o que jamais serei

Sendo o que Sou

E o que não sei

Em mim

19/07/2022

22:46hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 20/07/2022
Reeditado em 21/07/2022
Código do texto: T7564250
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