O POÇO DOS SONHOS
Dos meus sonhos vi frontal e rutilante
Famigerado poço que as dimensões transcende
Talvez um desejo, talvez um fosso
Mas certamente visto de cruel e gigante vultoso
Quase sempre ninguém entende
Mas um sonho dura pouco
Milissegundos talvez, quem sabe não se cronometra esse átomo de instante fantasioso
Mas com certeza vi
Tudo girar no entorno desse poço
A única coisa que sei
É que podia ser a hora do almoço
Sagrada sesta que transposto
Viria a provocar esse momento de troca entre as dimensões
Como trama desbaratinando em intenso alvoroço
Mas na líquida visão alucinada
O poço me estendia seu braço de água gelada
Sua imensidão ia fazendo fluida a enxurrada
De modo que toda luz que havia fosse apagada
Não sei se assustado por espanto ou por contentamento
A cara desse poço me causou um susto tremendo que ao gritar um berro provocou mais medo que a investida desse poço sobre o brejo se desfazendo
Até que meio dormindo
Meio despertando
E assustado perto da minha cara pude ver um pano
Não tinha poço nenhum
Era só a saliva meu travesseiro encharcando
Êta sonho besta, viu!
Só me aliviei acordando...
11/07/2022
15:57