O VENTO DE OUTONO
O vento de outono faz bater com força a janela
e derruba do canto da parede a sombra,
a qual, não teria a mínima importância,
não fosse para mim uma relíquia,
precioso recuerdo, apesar de estar alí sobrando.
Esparramado pelo chão,
o anagrama
não tem quase nenhum sentido,
mantém apenas os fragmentos - estilhaços
de memória . . . acumulados,
mas não organizados,
distantes da primavera pelo menos o tempo
que ainda realmente falta
para dos cacos
renascer o discurso . . .
Pode o verso recompor contra o buraco
do horizonte
a figura do Titã?