Eu

Ainda que me arranque a língua e os dentes,

ruminarei o poente e tudo que há nele.

Atravessarei o avesso do meu avesso,

Mesmo com a melancolia esparsa.

Quando tudo me facina,

Acelera,

Dilacera,

Desistência torna-se inexistente.

E como é extraordinário o sabor da resistência

Quando se vê uma faísca na esquina onde contorna liberdade.

Não falo de sentimentos ambíguos,

Onde sempre a penumbra sobrevém,

É mais além,

É perder-me de mim e achar-me ante

o espaço do não ser, e ainda sim, ser.

Um eu atemporal,

A essência que persiste como essência.

Fabiana Alves
Enviado por Fabiana Alves em 06/07/2022
Reeditado em 09/07/2022
Código do texto: T7553984
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