Aquarela
Meu colorido saiu todo marrom
Caiu primeiro vermelho
Levou com ele seu rosa
Deixando apenas o tubo do batom
Pensei que se perdesse a cor
Perderia primeiro o amarelo
Mas na minha pequena aquarela
Vazou toda sua emoção
O choro do púrpura
Gritou ali o marrom
Quando pouca cor restava
Misturou se todos com o desespero da morte de uma cor primária
Saiu ali uma nova cor então
Mesmo nova, ainda com velha emoção
Sentiu tudo de novo
Foi embora dentro de um pincel
Pintando uma grande oca árvore
Para apenas admirar sua morte vida pendurada numa parede suja de solidão.