Brincando com o tempo e o vento
Por que tem prazer no encanto, menina,
Quando olhas dessa maneira?
É verdade que tens as águas por teu reino,
Entre o Negro e o Solimões.
Mas esses teus sorrisos e olhares,
Arrancam o ar dos meus pulmões.
Como se no fundo dos teus olhos
Existisse o encontro de todos os mares,
E Nzazi me trouxesse todos os manjares
Que Thêmis negou a Palmares.
Indígena de olhar Kamakã,
Reflete em mim um descanso Congolês.
O brilho de uma joia rara,
Que é mais escura do que clara,
Como o calor da pele que exala,
Calor do Saara, samba de Angola,
Paralisado pelo teu sorriso,
Nu, menino, homem, caiçara…
Que brinca com o tempo e o vento!