Corpo e espírito em movimento
Valdir Loureiro
Tenho só duas pernas para andar,
mas existo em eterno movimento.
Mesmo quando eu parar para pensar,
meu juízo sacode o pensamento.
Se eu dormir, continua o batimento
que o feliz coração faz no meu peito.
E depois que eu morrer, ainda sou feito
de um espírito, vagando; então não morro!
À procura de luz, falido, eu corro.
Penso nisso de pé e quando me deito.
Vivo assim, no universo que transcorro
na oração, em serviço e em calmo leito.
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Versificação feita acima com 12 decassílabos (versos de 10 sílabas métricas) no ritmo do verso "Nos dez pés de martelo alagoano" da Literatura de Cordel.