Embaraço

Não penses como eu

Neste novelo que estou

São fios que enlaçam

Não sei aonde vou

Rasgando cada pedaço

Arrancando com as mãos

Vou me livrando do embaraço

Desatando a solidão

Primeiro uma perna

Depois tiro uma mão

Retiro das orelhas

E também do coração

Mas sinto que nos olhos

Ainda passa uma lã

Que atrapalha a vista

Prejudica a minha visão

O nariz está enlaçado

Diminui a respiração

E assim vou me livrando

Desembaraço com as mãos

Agora, estou livre

Os embaraços estão no chão.

Carlos Duarte
Enviado por Carlos Duarte em 27/05/2022
Código do texto: T7525334
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