ELA DEVANEIA
Por onde andei?
Não sei!
Sei que aqui estou
No deserto donde me achou
Submersa em devaneios
Eu me via
Me sentia
Com um nada
Você me olhou
Sorriu
Disse-me obrigada
Por existir
Aí de mim!
Não sou nada assim!
Sou nascido fora do esteio
Feito bicho
sem guarido
largado no caminho
Forte mossa
Frágil moça
Que se olha no espelho
E que só vê o devaneio
De algo que sonhou
Viver
E passou sem perceber
E alucina um dia ver
Aquilo que no coração fez acender
Você me viu
Me sorriu
E perguntou: como assim?
No sorriso incessante...
Inconstante...
Sorriso tímido
Olhar sombrio
E arredio
Que fugia dos meus
Não querendo dar adeus
Que dor é essa?
A qual carrega?
Se olha no espelho
Isso é muito perfeito!
Acalma o anseio
Dessa alma inquieta
Que incessantemente
Rega
Água
Nas flores
Nas dores
És tão preciosa
E tão bonita
No entre olhando
A melodia
Das mais belas
Às mais sinceras
És a música mais singela
Oh, pobre, moça!
És a coroa dessa vida!
És a coisa mais bonita
Bonito olhar e coração
Dá-me aqui a tua mão
Pra eu tirar teu sofrimento
E te dar o meu alento
O teu mundo vi cinzento
No meu abraço generoso
Te cuidarei com mui esforço
A tu, o ser
Dos que já vi
Eu nunca vi
Algum mais
Tão precioso