FLOR DA MALVA (ou o que quiser achar)

Acho que os anos irão se abreviar

Na torrente dos pensamentos

na infusão das ideias

quanto mais se pensa

mais se atravessa a cancela

A corrente que arrasta e faz o cintilar breve dos momentos

Adjetivo complexo

em lapela de advérbio

torna em sertão de atravessar

o mais árido dos isentos

A vaca mocha

e a caneta esvaída

uma sem chifres

a outra sem tinta

Ambas sem rês nem rebanho

mas a pena ainda plana em seu vôo legendário

feto bestial ordinário

rebuliço quaternário

demanda tanto ouro e pedras

quanto ratazanas no plenário

Subterrâneo epitáfio

comer capim pela raiz

debaixo de sete palmos de esquecimento

A lápide congela e endurece

Mas não dissolva a história

que galopa pela causa

Eis a roxa flor da Malva

molhada ao frio do relento

Alma pega fogo

véu finíssimo incendiário

já levou estrela em brasa

soprada ao sabor do vento

só não foi na mesma direção

se perdeu em meio ao jardim

de tubérculos enterrados

de onde brotam pensamentos

Eis o sabiá a cantar no seu galho de laranjeira

e seu canto dribla os espinhos

só não dribla a vida.

ᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲᴇᴲ

Firula, menino!

depois segue a estrada

seu destino é invernada

trota o casco do boi marrento

quem viu pasme e não se espante.

18/05/2022

09:38

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 18/05/2022
Reeditado em 01/07/2022
Código do texto: T7518694
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