Calo
Quando os pés ficam apertados
E já não cabem mais nos sapatos
Saltos que deixam machucados
Pés que deveriam ser cuidados
Calo
Das mãos feridas pelo trabalho
E que doem ao descascar o alho
Que espinhos causaram; atalhos
Carreiros, milharal e espantalhos
Calo
Quando a fala fica contida, retida
Entre sensatez e loucura, aturdida
Abafada, na voz que fica esquecida
Entre o choro da noite tão dolorida.