Novos tempos
Se eu pudesse morrer aos poucos...
No momento de um instante eterno
Se eu pudesse ser mais um semblante
No meio da multidão e sem propósito
Talvez ser uma solução breve e inédita
Em meus arranhas céus de tais afliçôes
Eu poderia ver a luz desse entardecer
Nos meus frios tensos nervos a sonhar
Eu poderia sentir até esse mar azul anil
Na sua mais pura áurea de fria calmaria
Sem nenhuma ruga pra distorcer a água
E somente sentir a paz da bela natureza
Sem dúvidas isso seria tão gratificante
Eu sentir a repleta solidão dos abismos
Dessa dor existencial de estar sozinho
Em novos tempos nos caminhos da vida
Seguindo sem nenhum destino ao certo
Na escuridão de minha sombra há luz!
Numa obsoleta e violenta monotonia
Numa fria e distante cruel ansiedade
Tive vontade de esquecer tudo e partir
E abandonar o amor na próxima estação
Da primavera das flores febris de existir
Seria corvadia ser assim dessa maneira?
TEXTO DO LIVRO:
PERSPECTIVA POÉTICA. 2017.