Lúdica, pudica e pútrid´alma
Sou a voz
E não me escuto
Uso a voz
E discuto
Quando estou em silêncio
Tumultuo-me
Sou janela emperrada
Alimento-me de frestas
É festa
Presenteio-me ao sono
Ao prumo alinhou-me
Às vértebras assaltaram-me
Aproveito cachos das chuvas adocicadas
Verto lucidez no lagar de minhas pretensões
Pisoteadas ao teor passadas dores
Desses horrores cultivo minha vindima
Aproxima de mim esse cálice
O talar óxido exala torpor dos anjos
Embriaga-me de seriedade
Antes que o último ausente esqueça de acender a luz