Lúdica, pudica e pútrid´alma

Sou a voz

E não me escuto

Uso a voz

E discuto

Quando estou em silêncio

Tumultuo-me

Sou janela emperrada

Alimento-me de frestas

É festa

Presenteio-me ao sono

Ao prumo alinhou-me

Às vértebras assaltaram-me

Aproveito cachos das chuvas adocicadas

Verto lucidez no lagar de minhas pretensões

Pisoteadas ao teor passadas dores

Desses horrores cultivo minha vindima

Aproxima de mim esse cálice

O talar óxido exala torpor dos anjos

Embriaga-me de seriedade

Antes que o último ausente esqueça de acender a luz

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 22/11/2005
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