Quantos
Quantos cantos sorrateiros que dilatam o peito,em um gesto de sublime,que resgata o instinto e a sabedoria dos monges ancestrais.
Quantos das virtudes que compara a razão na simples covardia dos desejos carnais.
Quantos dos que falam, revivem o passado e traduzem o que não deveria vir à tona.
Quantos dos que sofrem menos aprendem o que de fato abandona.
Quantos loucos que roubam sonhos e criam noites sombrias.
Quantos delírios de febre que na pele suave ardia,e que deixavam almas vazias.
Quantos de quem se desfez por traição e medo,ao que parece ter paz.
Quantos se julgam puros,no lixo impuro daquilo que se diz capaz.
Quantas crianças anjos que ao crescerem se transformam em satanás.
Quantos dias,quantas tardes,quantas noites devo esperar em segredo
Pelo que sangra minha alma e a escraviza em um espelho,o que não retorna jamais.
Me respondam…
Quantos mais?