A voz do amanhecer
Esse incomensurável cruel tempo...
Que devasta esse meu pensamento
Em questão de dias tudo pode mudar
Já que vós fizestes de sutis escravos
Os teus filhos dessa tua eterna vida
Eis que são os teus filhos da tua dor
Emergindo solene a luz do teu amor
Num esplendor do lindo amanhecer
Ao vigor do sol a se pôr no horizonte
Sem nenhum ardor de glória passada
É sempre vivaz e sempre se renova sim!
A cada dia, a cada noite, a cada instante.
Nos cantos dos pássaros numa sinfonia
Pois diga ao vento que esqueça o tempo
Porém quisera eu entender esse enigma
De como é difícil comprender esta vida
Que as vezes é melhor ignorar essa dor
Talvez ao amanhecer eu diga a verdade
Do que tanto atormenta o meu espírito
Nos vazios constantes de meu livre ser
De mim para mim em tal contínuo fluir...
Em profundos sonhos utópicos de viver
A minha poesia existencial e romântica
Essa flor do jardim desse edén perdido
Nessa luz do amanhecer que ainda virá
Na sinfonia de estrelas paraindo no céu
Em névoas brilhantes de cruéis abismos
Eu preciso vivamente descobrir o viver
De sentir a alegria de amar uma mulher
Num máximo prazer de felicidade a mil
No êxtase sem precedentes ao te amar
E viajar intrincadamente em teu olhar
Eis que o Senhor Tempo pode flutuar...
No espírito de meus tais pensamentos
Em seus ouvidos surdos e indiferentes
Devo transmitir a etérea palavra ao ar
Na neblina de minha ignorância e saber
Onde eu farto-me de esperança e amor
Na fria inconstante frágil humanidade
Na luz de um amanhecer que ainda virá.
TEXTO DO LIVRO:
SOLIDÃO POÉTICA. 2 EDIÇÃO/ 2019.