Por outro
Se o sol nascesse à oeste
Imagino:
Qual outra realidade haveria de ser?
Se outro fosse eu
Onde estaria,
E que ser, eu seria?
-Se eu pudesse vivê-la
Como tinha imaginado…
-Se eu pudesse acertar mais,
Onde tanto tive errado.
Ô vida!
Quais cruzes eu deixara, despregado?…
É tanto “se”, que as certezas das coisas me escorregam,
E tudo que tive e fui, me escapa à afeição.
-O que eu não daria por outro?!
Eu, seria quem, em todas as ocasiões?
E quem sou, nessa?
“[…]O que for, quando for, é que será o que é.”
Fernando Pessoa
E que realidade mais tangível, e qual “eu” mais inato, haveria de cambiar?
Senão por outro?