Ecos do passado

Na densa cruel tempestade violenta

Onde a manhã deslumbra-se no sol

A flutuar nos compassos do tempo

Eu ouço os velhos ecos do passado

Fluindo na memória sem remorsos

Em desejos irreprimíveis e irresistiveis

De pálida glória sentida pelo o passado

Nessa ânsia de dores ancestrais do ser

De alguma virtude perdida e esquecida

Talvez um engano, talvez um mero erro.

Acalento-me com um breve e longo ato

Procuro buscar algum sentido pra viver

Entre ecos irrefletidos de gritos primais

Que se repetem nessa vívida memória...

Que busca alguma tal verdade temática

Desse vazio do sombrio silêncio oculto

Na sombra da árvore que gera conforto

Num sol a mil a queimar o meu espiríto

Em uma força descomunal da vivaz vida

Do ventre da liberdade do eterno viver

Paraindo entre os cantos da vasta terra

Numa luz que vibra na essência da vida

Na sulileza da beleza de flores de verão

Nos campos ensolarados das paisagens

Essa saudade traz nostalgias esquecidas

De um sonho pálido na aurora da manhã

Isto sim, são os ecos do passado perdido

Que eu tanto ouço e sinto no meu sentir

Já entorpecido por imagens tão diversas

De um tempo que passou e já se perdeu.

TEXTO DO LIVRO: SOLIDÃO POÉTICA.

2016.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 05/04/2022
Reeditado em 05/04/2022
Código do texto: T7488345
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