Ecos do passado
Na densa cruel tempestade violenta
Onde a manhã deslumbra-se no sol
A flutuar nos compassos do tempo
Eu ouço os velhos ecos do passado
Fluindo na memória sem remorsos
Em desejos irreprimíveis e irresistiveis
De pálida glória sentida pelo o passado
Nessa ânsia de dores ancestrais do ser
De alguma virtude perdida e esquecida
Talvez um engano, talvez um mero erro.
Acalento-me com um breve e longo ato
Procuro buscar algum sentido pra viver
Entre ecos irrefletidos de gritos primais
Que se repetem nessa vívida memória...
Que busca alguma tal verdade temática
Desse vazio do sombrio silêncio oculto
Na sombra da árvore que gera conforto
Num sol a mil a queimar o meu espiríto
Em uma força descomunal da vivaz vida
Do ventre da liberdade do eterno viver
Paraindo entre os cantos da vasta terra
Numa luz que vibra na essência da vida
Na sulileza da beleza de flores de verão
Nos campos ensolarados das paisagens
Essa saudade traz nostalgias esquecidas
De um sonho pálido na aurora da manhã
Isto sim, são os ecos do passado perdido
Que eu tanto ouço e sinto no meu sentir
Já entorpecido por imagens tão diversas
De um tempo que passou e já se perdeu.
TEXTO DO LIVRO: SOLIDÃO POÉTICA.
2016.