Auto Recado
A U T O R E C A D O
Quando releio versos meus,
Reencontro o que viví,
A saudade me abraça
Repetindo o que sentí
E a solidão disfarsa.
O escrito nos define
Ainda que não tão bem,
Quem escrever que assine
Assumindo o que contou,
O que prendia e soltou.
O que no peito dormia
E o verso bem acordou,
O que na alma gemia
E no poema transbordou
Vazando muita magia.
E quando expõe amargo,
É do peito imposição,
Lá dentro às vezes grita
Não aceitando omissão,
Sem disfarce, sem ilusão.
Não deve mudar escrita
A busca da repercussão,
Verdades sentidas ditas
Justificam a redação,
Ao autor, a sua razão.