Narciso

Quando eu respiro o ar...

Vivo agonizando em dor

Flutuando na fétida lama

Aflorando o meu espírito

Na ausência de meu amor

Só dores acompanha-me...

Sem o meu carinho de mim

O filtro do meu ego pessoal

Entretanto adoro ficar a sós

Sintonizando meu narcisismo

Com as diretrizes do pensar

Já não há mais dor em mim

Sumo no túnel desse tempo

Paraindo em minha sombra

Esse coração imenso em si...

Por toda essa cruel vital dor

Somente a minha voz deseja

Amo-me, quero-me, logo sou.

Na viagem insólita só de inda

As vezes só sinto uma revolta

De nem sempre está comingo...

Almejando um paraíso perdido

Para forjar os sonhos perfeitos

De minha outra metade que é

A que completa-me e ilumina.

TEXTO DO LIVRO:

ABSTRAÇÃO POÉTICA. 2017.

Déboro Melo
Enviado por Déboro Melo em 13/03/2022
Reeditado em 17/05/2022
Código do texto: T7471487
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