Narciso
Quando eu respiro o ar...
Vivo agonizando em dor
Flutuando na fétida lama
Aflorando o meu espírito
Na ausência de meu amor
Só dores acompanha-me...
Sem o meu carinho de mim
O filtro do meu ego pessoal
Entretanto adoro ficar a sós
Sintonizando meu narcisismo
Com as diretrizes do pensar
Já não há mais dor em mim
Sumo no túnel desse tempo
Paraindo em minha sombra
Esse coração imenso em si...
Por toda essa cruel vital dor
Somente a minha voz deseja
Amo-me, quero-me, logo sou.
Na viagem insólita só de inda
As vezes só sinto uma revolta
De nem sempre está comingo...
Almejando um paraíso perdido
Para forjar os sonhos perfeitos
De minha outra metade que é
A que completa-me e ilumina.
TEXTO DO LIVRO:
ABSTRAÇÃO POÉTICA. 2017.