Silêncio da madrugada
Curvo-me à ti, ó silêncio da madrugada
Entrego à ti, todo o esplendor e dor que se curvam à mim
Me pedem eles, para que eu grite em nome da beleza do sentir, mas já não sei dizer
pois perdi no caminho as palavras que redemoinhavam em minha mente
Ouço a ti, assobio cantante dos ventos,
E peço que nos balanços das janelas, leve um suspiro profundo e sentido, aos ouvidos daquele que amo,
Ouço, em alto e bom som o balançar das nuvens, e a expansão de todo o meu universo particular,
Nascente,
Crescente,
Cansado,
Esperando no silêncio da noite, um afago,
Um momento em que eu possa ouvir das estrelas, verdades, sonhos e besteiras,
para desanuviar as neblinas de quem sou,
Para que eu sendo vista, seja ouvida, amada e compreendida,
E no meio de ti, madrugada insone,
entrego o que sei e peço que volte,
trazendo a voz do meu homem sem sorte,
para que o toque dele, logo venha também.