Eu refiz a minha morada

Janelas quebradas

goteiras molham o chão

estruturas estufadas

não há cama, só colchão

Paredes que já perderam sua cor

lâmpadas queimadas, não acendem

o piso range uma ode a dor

os quadros na parede pendem

Ratos correndo em seu interior

um sofá esburacado

cenário de filme de terror

talvez um edifício amaldiçoado

Pego um martelo na mão

seguro um pincel com os dedos

bato pregos para perfurar a solidão

tinjo as paredes para espantar meus medos

Reponho as janelas, e vejo meu reflexo

tampo as goteiras, já não mofam meu piso

transformo em simples, o que antes me parecia complexo

aos poucos no rosto, vai surgindo um sorriso

Troco as lâmpadas, luz volta a brilhar

reponho os quadros, paredes torno a decorar

expulsos os ratos

reparo o sofá, coloco uma cama e mudo meus atos

Pego uma placa

escrevo, bem-vindo ao meu lar

fixo-a no chão, com uma estaca

reconstrui o meu lar

Abro-lhe a porta

agora podes entrar

ressuscitei minha morada morta

para que eu possa lhe abrigar

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 25/02/2022
Reeditado em 14/03/2022
Código do texto: T7459809
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