Pagando pra ver

Cada qual tem seu instrumento...

A autor e sua obra

O universo que não sobra

E a mãe pra brigar com a gente!

Criador e sua semente

A idéia e sua razão

A escolha de uma paixão

E a vida que cobra o que é dela!

Numa janela que continua

A bater nua na porta da rua

Fazendo o que nem devia ser!

É uma forma de retrocesso

E por isso que eu peço

estar aqui: sou réu confesso!

Pra brigar nas entrelinhas

e fazer a carapinha

dos cabelos da escolha

Que agora tem a bolha

nas mãos de cada qual

Que de senso comum

nem sabe que é igual

Muito menos desigualdade!

Então vou fazer uma queixa

que a gueixa me ensinou:

Vou pintar você de amor

e nem vou apagar se você duvidar de si mesmo!

Que a esmo faz de conta

Quis ser o que a conta já não paga

Mas afaga o carinho que te compra

Pra comprar o doce e dar de volta

E não pagar a conta que revolta

Os que nunca compraram nada!

E o nada também é tudo que se tem

Quando a porta pro além

Não quer a conta que você fez

E até a cobra que traiu

Vai trair você também!

Vera Mascarenhas
Enviado por Vera Mascarenhas em 20/02/2022
Reeditado em 21/02/2022
Código do texto: T7456516
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