Pagando pra ver
Cada qual tem seu instrumento...
A autor e sua obra
O universo que não sobra
E a mãe pra brigar com a gente!
Criador e sua semente
A idéia e sua razão
A escolha de uma paixão
E a vida que cobra o que é dela!
Numa janela que continua
A bater nua na porta da rua
Fazendo o que nem devia ser!
É uma forma de retrocesso
E por isso que eu peço
estar aqui: sou réu confesso!
Pra brigar nas entrelinhas
e fazer a carapinha
dos cabelos da escolha
Que agora tem a bolha
nas mãos de cada qual
Que de senso comum
nem sabe que é igual
Muito menos desigualdade!
Então vou fazer uma queixa
que a gueixa me ensinou:
Vou pintar você de amor
e nem vou apagar se você duvidar de si mesmo!
Que a esmo faz de conta
Quis ser o que a conta já não paga
Mas afaga o carinho que te compra
Pra comprar o doce e dar de volta
E não pagar a conta que revolta
Os que nunca compraram nada!
E o nada também é tudo que se tem
Quando a porta pro além
Não quer a conta que você fez
E até a cobra que traiu
Vai trair você também!