O sei poeta dos bons, respeitado.
Em seus sonetos, perfeitos, deleites.
Com versos ricos e bem estudados,
fala de tudo sem tantos afeites.
Nem sei dos versos avessos na alma,
que inquieta o ser que se cobre,
a tez real por detrás desacalma,
mostrando face, por vezes, não nobre.
Não sendo ele, quem mais? Uma máscara?
Mas no efêmero morre um homem,
ao se perder entre próprias cascas.
Enfim se salvam sonetos tão belos,
entre imagens manchadas e turvas,
dos dois que seguem parceiros eternos.
Morre o homem,
permanece o poeta.
Taciana Valença