Escrivaninha

Havia tanta tinta ali; mil cores

Junção de pensamentos, dores

Palavras que a alma ia sentindo

Amontoado de sonhos ruindo...

Havia um livro nunca publicado

Uma vida estranhamente vivida

Um coração triste não perdoado

E uma poesia que ficou perdida...

Lágrimas que secaram no rosto...

Um nó na garganta, um desgosto

E o tempo alinhando as estrelas

Preparando estações mais belas

Havia uma borracha guardada...

Para apagar todas as memórias

Há mais de uma página dobrada

Todas em branco... E aleatórias

Perdidas por entre as gavetas...

Por entre os olhares mais jovens

Assinadas por uma alma poeta

Perdida no céu de tantas nuvens.