o poder, o flagelo

o homem é o flagelo

da sociedade

(e da saciedade)

sob muitos aspectos

porque faz sempre eco

do que não sabe

e daquilo que sabe

usa em próprio proveito

quando é o sujeito

de uma liderança

e então enche a pança

dos aquinhoados

que estão ao seu lado

e lhe dão a impressão

que um pedaço do mundo

lhe cabe na mão

ou no bolso da calça

esse homem ou homens

são uns malas sem alça

freqüentemente falsa

é a sua imagem

andam de suspensórios

usam tapa-ouvidos

seus sonhos ilusórios

querem logo maduros

usam óculos escuros

são inglórios ou impuros

quanto aos seus semelhantes

que não têm, o quanto antes,

o poder que eles têm

senão, doces meninos,

não seriam também

Rio, 24/10/2007