Ar
Fiquei muito tempo em ar pesado
Um momento estranho, vago
De algo que foi sem visão,
Sem ter no que me firmar
O tempo é navalha
Ele corta, em pedaços inimagináveis
Dos quais ainda restam suas cicatrizes,
Seus cacos
Por mais que os dias pareçam duros
Eles vão me ensinar a viver
A crer em algo sério
No que se possa segurar.