Ficção
Olho-te, profundamente, em teus olhos!
Possivelmente, dentro de ti, ruminam todas as paixões!
Paixões que nunca se concretizaram nessa transparência.
No teu hábito de riso solto, percebe-se esperanças.
Ironia imperceptível nessa busca incessante por carinho.
Imovelmente te fito com olhos de mormaço.
Sentindo teu pulsar nessa tarde de domingo!
Perco-me em devaneios nesse teu caminho nebuloso.
Sou cúmplice dessa sinfonia disseminada em teus sonhos!
Tua imagem vagueia dentro do meu quarto.
Há silêncio e retratos fixos na memória,
na perspectiva de querer-te, há nuances de teus sonhos,
embalando nessa casa imprecisa, beijos doces.
Sou nau perdida, desgovernada, ao teu encontro,
premeditando palavras despudoradas, nessa entrega,
despindo teu corpo alvo, ousando emoções!
Sedução derramando errantes beijos, nesse corpo!
Calo-me, sem atrevimento, contemplativo!
Minhas forças se esvaem, sem ofensas, nessa plenitude!
Na presença do teu perfume, me redimo,
alimentando vida, amor, nessa perplexidade!
Ainda me lembro dos nossos encontros!
Ressoa no meu quarto, teus passos!
Nos meus sonhos, teus ressentimentos.
Na tua voz, meu contentamento!
No teu adeus, ressoa meu silêncio.