C O R R E N T E Z A
Na beira da estrada um riacho
E nele uma correnteza
Uma dádiva da natureza
Estava eu bem pensativo
Da tristeza sendo cativo
Luz do sol nem um facho
A tarde já indo embora
Um mal estar me consumindo
Quisera estivesse dormindo
E esquecendo a tristeza
Então com toda certeza
Não estaria aqui agora
Eu mesmo me pus prá fora
Da casa que era minha
Deixando-a lá sozinha
Com aperto no coração
Nessa minha reação
Prá voltar não tinha hora
Olhando a água correndo
Naquele riacho encantador
Meu corpo era portador
De problemas sem solução
Me causando até comoção
Por estar ali sofrendo
Então pensei direitinho
Uma ideia me veio a mente
Já que estava ali somente
Pensando na minha vida
Com a razão quase perdida
Precisando só de carinho
Joguei no riacho minha tristeza
Com ela foi a monotonia
Que me consumia todo dia
Joguei também minhas mágoas
Que dentro daquelas águas
A correnteza levou com certeza
Voltei para casa sorrindo
Comigo levei a alegria
Que agora é meu guia
E empurrado pelo vento
Foi embora o sofrimento
E um novo rumo surgindo