Quem é?
Quem é a criança que brinca
No jardim em frente à calçada?
Não é outra pessoa
Que não eu.
Construindo e aprendendo,
Dentro das minhas concepções
De tempo, de espaço, de movimento.
Rindo, vou bagunçando os quatro estágios de Piaget,
Enquanto o mar entoa canções
E olha para as estrelas.
Seria a busca do paradigma perdido
Mais complexo que Morin?
Por fim, teu rosto continua sendo uma tela refletida no espelho turvo,
Já borrado pelo sal que deu gosto ao pranto.
E, durante esse breve tempo, a lua dança bêbada, nua, atenta,
Como quem vê a novela da minha vida todo dia,
Sem nada perder, sem nada a perder.