O tempo e a solidão
Nunca se é despojado demais,
generoso o suficiente
ou altruísta reconhecido
se, mesmo assim, não se conseguir alterar a realidade.
Sofre-se à toa
Desgaste-se inutilmente
Passa-se por louco
Perde-se os amigos
Só a naturalidade ameniza os traumas
Só a honestidade desarma os antagonistas
Só pureza de alma suplanta percalços
E um pouco de idealismo ajusta os rumos
Verso sobre o anverso do hoje
Sobre os valores inversos
Sob a emoção dos excluídos
Falo das frustradas atitudes
Combatidas amiúde
Por quem se faz compungido
É coisa da idade passada
Que como uma velha estrada
Não prova ser bom caminho
Resta a lida consigo
Ser o seu próprio amigo
Acostumar-se sozinho