Amar Sofia
Eu sentei-me para estudar,
tratei de ler, investigar,
Sobre essas coisas ao redor;
Sobre o ser, o não-ser,
Sobre o viver e o morrer,
Mas nenhuma conclusão.
Eu dediquei-me ao estudo
E me senti um tanto mudo,
De tanto ouvir, não falar;
Ouvir esses pensadores
Que lidavam com as dores
Desse mundo em mutação.
Eu tentei me esclarecer,
Mas fiquei sem entender
Por quê lia e mais burro ficava,
Ao invés de ler e mais sábio ficar,
De mais ciência acumular,
Ao invés das dúvidas crescerem.
Então passei a entender
Que o hábito de aprender
É hábito que não tem fim.
E que quanto mais se estuda,
Mais a vista fica turva
E o saber então reduz.
Mas, como um bom amante,
Que no saber ver diamante
Valioso, sem igual!
Eu sigo me instruindo,
Ainda que vou caindo
Nesse mar de indagações.
Mas indagar é o respirar
Do filósofo que ama amar
O saber, a sabedoria.
Portanto abro mão
Dessa minha condição
De um dia querer saber.
Me basta questionar.
26 de Dezembro de 2021, Natal/RN