NESSAS TANTAS CONVERSAS JOGADAS FORA
Ridicularizar-se, passar do ponto.
Deixar-se levar pela maré do momento,
insano sentimento que vagueia na emoção,
corrente que leva as palavras,
que sobrepõem a razão...
às vezes, a maturidade é isso,
o tolo desejo de compromisso
com quem não quer comprometer-se.
É dar tiros a esmo, valer-se
desmanchar nos rios
a chuva do medo.
Saber que é tarde, quando for cedo.
Deixar acontecer o inapropriado.
Bancar o bobo da corte, mudar de lado,
abrir a janela, mas sair pela porta.
Entender que a pedra inanimada
ainda corta e fere profundo.
Aceitar que o mundo é mundo.
Passar de passagem,
dar adeus e ir embora.
Sem nenhuma demora.