As idas e vindas da vida
Andei correndo pelas calçadas
tinha pressa, desviei de tanta gente
curioso, tentei ler todas as fachadas
passei entre os carros, jovem imprudente
Me perdi vagando por essas ruas
carro, poça e então fui banhado
assei em lágrimas minhas emoções cruas
e as devorei num simples bocado
Gritei ao vento, será que sou azarado?
virei o ano cantando sujeito de sorte
falei na mesa sobre o meu passado
daqueles momentos fiz recorte
Dancei na praça
com a solidão
quebrei com ódio uma vidraça
corri tão rápido quanto um tiro de canhão
Andei de busão embriagado
me segurava forte, meu corpo balançando
tantas pessoas, aquilo lotado
mas meu mundo estava rodando
Chorei deitado no chão do banheiro
pela água quente sendo lavado
estive perto de perder a bermuda num bueiro
a chuva forte, quase me deixou pelado
Troquei beijos com rostos esquecidos
juras de amor que foram quebradas
fui pra cama com nomes perdidos
só lembro das que por mim foram amadas
Recitei versos na rua pelas madrugadas
espalhei o que sinto a outros ouvidos
conheci tantas almas machucadas
aos poucos fazendo amigos
Já senti meu mundo desabar
nunca soube lidar com uma despedida
mas sei que tudo que começa, vai acabar
Não há o que fazer
no final, viver
é sobre as idas e vindas da vida