DESERTOS DA VIDA
A vida
Vale, sim, a dura pena
E a funda dor de ser vivida.
Vale a pena lutar
A fera peleja da vida,
Não se deixando abater
Pelos inimigos de dentro
E de fora das nossas almas.
Vale a pena combater
Até o fim o árduo mas bom combate,
Terminando a nossa carreira,
Guardando sempre a Fé
E fazendo triunfar em nós
O Homem Novo sobre o Homem Velho.
Vale a pena carregar,
Sorrindo, a pesada cruz
Que nos foi dada,
Com a esperança
De que os nossos sofrimentos
Serão um dia recompensados
E a certeza de que eles nos farão
Desde agora mais fortes e virtuosos.
Grato pelo fardo que me foi confiado
E pelas flechas que trespassaram
O meu peito,
Vou pelos desertos da vida,
Fazendo da minha dor
Uma canção de esperança
No fim deste exílio
E no nascimento
Para a verdadeira e eterna vida,
Em que não há pena nem dor
E contemplamos, na Pátria Celeste,
A face de Deus.
Victor Emanuel Vilela Barbuy,
São Paulo, 2 de dezembro de 2017