Mente sem volta
Queria não precisar da dor para escrever
Nem da solidão para me comover
Queria ter inspiração na beleza
E na companhia encontrar clareza
Mas o que alimenta meus versos
São os paradoxos que habitam em mim
E quanto mais mergulho nos pensamentos
Mais afundo e mais me perco
A ilusão do saber me confunde
E mascara o encanto da ignorância
A pureza da inocência se perde
Nessa tentativa de decifrar o inconstante
Eu cruzei esta linha sem volta
E de longe observo o inalcançável
Pois ainda que meu corpo desse meia-volta
Minha mente jamais conseguiria retornar