Caneta Estrebuchada
Caneta Estrebuchada
Quem me deixou condenado?
Por você nesta espera?
Procuro o culpado,
Do problema, quem me dera?
De mim você precisa sentir dó,
Assuntos tão manjados de escrever,
Se rivaliza, rivaliza só,
A caneta se coça para deles conhecer,
Para não ficar de fora,
Falarei de toda sorte,
Da caixa de pandora,
Até algo sutil da morte,
O mecânico faz peças em um torno,
A enfermeira gata do hospital,
O vizinho, amado, que foi corno,
Algo vai cheirando mal,
Paz no mundo,
quase todo mundo do mundo quer,
Falar do amor sobre o homem sob uma mulher.
Dos animais selvagens, da floresta,
Dos filhos por quem daria a vida,
Alguma cena que lembre uma festa,
Do mendigo, da sina sofrida,
Oh jovem e velhice,
Da capa de jornal,
Política e canalhice,
Do cavalo de metal,
Tróia, presente de grego,
Cleópatra beleza sem igual,
Pregar o desapego,
Defender, atacar ação sexual,
Todo este rodeio pra falar,
Que na verdade minha caneta é minha vida estrebuchada,
Até a tinta acabar,
Na caligrafia certa ou errada.