Cabelos de prata
Hoje sou outra
Ainda sendo a mesma
Carregando retratos do passado
Corpo lavado com lágrimas
Lágrimas de dor e de amor
Viajando no espaço de tempo
Do existir e do ser
Cabeça ainda cheia de sonhos
Cabelos rabiscados em prata
Sou outra, ainda carrego a mesma
Não é mais tão pesada
Mas não é mais tão veloz
Transito na maré de dúvidas
Mergulho no mar de amor
Eu não sabia
Que outra seria
Mas gosto dela
Tem uma cabeça bela
Não me preocupo tanto
Mas não estou ausente
Apenas aprendi que árvores crescem
No coração da gente
É bom ser outra e ter outra
Que segura a bússola e o prumo
E vai, devagar regando sementes pelos
caminhos que o vento levou