UM HOMEM NA BEIRA DE UM BAR
O caos
Ele vive nas minhas ações
Tem dor aqui, e ela não foi causada, fui eu que a esculpi
Laços desfeitos, magoas intensificadas.
"Você não vive a poesia que escreve"
"sempre soube que não era boa pessoa"
"As pessoas tem dó de você, nada além de merda"
E frase a frase, imagem a imagem
Tudo se transformou
As dores, ele era o dono de todas elas, foi ele que as causou
E a métrica o abandonará
Linhas sobre o balcão
Ao fundo voz e violão
Já não se sabia o que da sua mão saia.
Era crônica, prosa, poesia ou sangue.
Sirvam mais uma dose de veneno
Recolham os pagamentos em sorriso
Pagou a vista, por perder de vista o que tinha em vista.
Levantou - se
Vestiu o casaco de ilusão
Colocou o chapéu do "personagem"
Apertou os sapatos de histórias
E saiu pelas portas da escuridão.
Mas não sem antes, tomar sua última dose de caos.
Eu vi sair, o homem na beira do bar.