Importância

É de extrema importância

Que se saiba reconhecer sua própria insignificância

E que não se deixe a silenciosa cacofonia se tornar preponderância

E que a repulsa, nojo, ódio que crescem por dentro sejam podados cedo

Mas não muito cedo. Ao menos dê utilidade à raiz cortada da daninha, afinal

Dói. Bastante. O processo inteiro é espinhoso e machuca sempre com um corte diferente. Portanto floresça

É inacreditavelmente crucial

Que se saiba reconhecer quando se alcançou o epílogo - principalmente o momento terminal

E que o início e o meio não sejam motivos de arrependimento, mas sim de prazer memorial

Não temos como saber o que vai acontecer

E nos limitar com medo do futuro e aflição - por intermédio do passado

É triste. Lembre-se: mesmo que corte, às vezes rapidamente (quando com sorte) e sempre profundamente, respire

É muitíssimo elementar

Que se evolua com o que viveu e aprendeu durante o caminhar

E que a última sirva de lição para a próxima, não tendo-se medo de encarar

As diferenças. Embora nunca sejam iguais

Cada uma deposita sua marca - que, tal qual a nódoa de água de coco, nos remete a

Saudades. Do verão. Ou seria primavera? Todas (as estações) deixam seu resquício agridoce na lembrança

É substancialmente necessário

Que se dê tempo

Que se dê espaço

Pode ser difícil acreditar no efeito gerado

Porém, não esqueça: já aconteceu antes, está se repetindo e pode voltar a...

Aconteceu. Termine e volte ao início. Depois, adicione uma estrofe

É preciso sentir, saber quando continuar e saber quando parar

Os momentos exatos nunca virão - e não é problema não saber julgar

Mas é indispensável que não perca a graciosidade: não se deixe transbordar

A lisura da reação deve ser seu maior objetivo

Não se deixe seduzir pelo caos - neste momento, o que é de maior semelhança a você

Durma. Explore. Beba. Mas não esperneie, a corda é fina e a queda é alta.

Gabriel Aleks
Enviado por Gabriel Aleks em 24/10/2021
Reeditado em 24/10/2021
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