68°
Caminhando pelas ruas sombrias
Os demônios me seguiam me protegiam
Meu caminho eram atalhos para lugar nenhum
Minhas lagrimas estavam sincronizadas com minhas emoções
Todo mundo sente muito por alguma coisa
E eu sinto muito por tudo aquilo que não fiz
Sentimentos não são resolvidos quando se diz
Então eu caminhava, minha sombra eram os demônios
Os amigos invisíveis que existem em mim
Os pensamentos mais sombrios que me perseguem
E o silencio urbano são fagulhas de uma perturbação
As ruas na madrugada são dos invisíveis
Eu era mais um sobrevivente do que não aconteceu
Estava perdido com os demônios que me acompanhavam
Não tinha auxilio algum para chegar num destino
Na verdade eu seguia sem rumo, perdido nos atalhos
Os caminhos eram lugares sem chegada
Minha caminhada só tinha partida
Por isso ainda estou caminhando por entre os espinhos
Vivendo como um nômade possuído por desejos febris
Um ser em movimento, contrariando a inércia
Caminhando pelas ruas sombrias.
Otreblig Solrac - O poeta burro