TODAVIA
...todavia há um desejo
de eternidade em tudo
que chega ao fim...
qual flor caída deixada
aos pés dos bancos,
desprezada dos olhares,
e como que num derradeiro
suspiro abandona-se
nos caminhos das gentes,
a nutrir e a colorir ainda
a terra que lhe acolhe,
a alentar o olhar sem brilho
de algum louco contumaz
apaixonado que se nega
a ver o seu vazio mundo
em preto e branco,
não obstante findo
um ciclo de cores
mescla de perfumes
e breve felicidade.