monotonia
Corri sem mover as pernas e pude viver sem levantar,
Eu fui enterrada respirando e casei sem subir ao altar.
Nem reguei a árvore mas quis ver ela crescer,
Amenizei o meu sentimento com a minha arte de beber.
É um espetáculo absurdo e previsível,
Onde tudo é calculado e a protagonista, invisível,
sigo as merdas do roteiro sem poder evitar,
Minha vida foi bagunçada e devo aceitar?
O julgamento corre solto e as mágoas vem,
Pago as grosserias dizendo o que não convém,
disseram que planto hortaliças desejando girassóis,
E nas noites, aos prantos encharco os lençóis.