Errante e viajante
Do ponto ao ponto da balança brasileira.
Sou da terra seca, cangaço,
Da terra de lampião,
Sou da paz, mas, também da guerra,
Sou povo, justiça, coração.
Carrego no peito, ingenuidade.
Nas mãos, a solidariedade,
No sangue, a brasilidade,
Nos olhos o plural da singularidade, nação.
Nunca tente mentir ou me futilizar,
Se não lampião vai brilhar,
Eu tenho, do povo da guerra,
O melhor que há:
Justiça, força e garra,
Minha lança, balança, pra lá e pra cá.
Nunca perco guerras, nem batalhas.
Nunca nem titubiei,
Não porque eu seja melhor,
Mas é porque, minha vida entreguei,
A quem já venceu, por mim, tudo e todos,
Por Ele, antes mesmos de eu nascer, tudo ganhei.
Nunca cruze meu caminho,
Só se for pra agregar,
Se quiser ajuntar, é bem-vindo,
Se não quiser isto, favor afastar.
Se insistir, aviso logo,
Que meu lampião vai brilhar,
Só quero seguir meu caminho,
Plantando paz aqui e acola.
Peço sua licença, agora,
Preciso ir pra Jerusalém,
Sou brasileiro, judeu do cangaço,
E sigo estrelas, também.
Eu tenho de um lado, palavras,
Do outro, a lança de lampião,
Me cubro com paz e sigo em frente,
Desejando, Shalom, no coração.
Siga pois o seu caminho,
Siga em paz e mude seu coração,
Veja que ainda há muita vida,
Vá em paz, siga, lave bem as suas mãos.
Aprenda a sorrir com os olhos,
E faça de sua vida uma canção.
Onde todos celebrem a vida,
Com profunda gratidão.
Sou da terra fértil, sou cangaço,
Aqui se planta mansidão,
Sou da paz, não quero guerra,
Sou povo, justiça, Nação.
Sigo em frente, paz, sorrisos,
Passos firmes, sim sinhô.
Pés descalços, felicidade,
Planto e colho só amor.