Ao redor
As palavras que não usamos
Ficam vagando pelo tempo
Grudam-se nos muros
Transformam-se em tinteiros
Com a esperança de serem notadas
Algumas se misturam com o vento
Fazem de cordas os fios de cabelo
E entram na boca
Outras atiram-se ao mar
E nem lamentam
Quando são empurraras para a margem
Viram miragens
Para os perdidos no pensamento
As palavras que não usamos
Transformam-se no eu te amo
Que os poetas inventam