Até que a morte nos separe

Não é a morte

o que assusta e me amedronta,

é a ausência do físico, do contato,

é a não existência daquele ser...

É a não conclusão dos projetos

e a falta de um parceiro para iniciar outros,

é o espaço vago em uma vida

impossível de ser preenchida por outra.

O que dá medo,

é não ter mas as brigas por coisas

que nem lembraremos mas,

muito menos as reconciliações

que não se apagarão de nossa memória.

O que assusta

são os dias se equilibrando entre

o excesso de espaço e a ausência em demasia,

sem brigas, sem perdão, sem ciúmes, sem medo,

sem paixão, sem as pequenas e grandes mentiras, sem ódio, sem amor, sem amor, sem amor...sem...

Mas o pior de tudo é a saudade,

é a certeza da finitude

e de sabermos que não será pra sempre,

mas somente até que a morte nos separe...e ela separou...

De Pereira
Enviado por De Pereira em 18/08/2021
Reeditado em 19/08/2021
Código do texto: T7323471
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