Até que a morte nos separe
Não é a morte
o que assusta e me amedronta,
é a ausência do físico, do contato,
é a não existência daquele ser...
É a não conclusão dos projetos
e a falta de um parceiro para iniciar outros,
é o espaço vago em uma vida
impossível de ser preenchida por outra.
O que dá medo,
é não ter mas as brigas por coisas
que nem lembraremos mas,
muito menos as reconciliações
que não se apagarão de nossa memória.
O que assusta
são os dias se equilibrando entre
o excesso de espaço e a ausência em demasia,
sem brigas, sem perdão, sem ciúmes, sem medo,
sem paixão, sem as pequenas e grandes mentiras, sem ódio, sem amor, sem amor, sem amor...sem...
Mas o pior de tudo é a saudade,
é a certeza da finitude
e de sabermos que não será pra sempre,
mas somente até que a morte nos separe...e ela separou...