Caminho
Com cinco retas, sou capaz de construir uma rua.
Usando 25 curvas, posso fazer uma sinuosa estrada.
A partir de um rabo de foguete, trajeto a cintilante lua.
E a poesia pode me levar do tudo para o nada.
Sou escravo da direção do vento e onde ela me levar.
Nenhum obstáculo deve impedir chegar ao meu destino.
Seja por terra, seja pelo azul do céu ou pelo navegante mar.
São leituras reminiscentes desde o meu eu menino.
Na garupa da bicicleta, lembro-me do meu pai me levando.
Quatro horas da tarde, na praia do Gonzaga em Santos.
Do início ao fim, pai e filho, sem medo, se amando.
As rodas da magrela trilhando o filial e paterno sentimentos.