O LIVRO DA VIDA
Num tempo de murmúrios e de guerras
Em que os sonhos são castelos de poeira
Eu sigo procurando por abraços
Mas só ouço xingamento e muita asneira
O sexo e a violência são vendidos
Num comércio de poder, corrupção
O bigode não tem força de contrato
A palavra não tem mais honra que a de um cão
O Homem se afogou em sua Alma
E seu tempo é só sonhar com um aumento
O seu lar é uma gota de miséria
Seu trabalho, o escravizar de um sentimento
Suas mãos são maiores que seu corpo
Suas lágrimas são grossas como um músculo
O mundo é um formigueiro de cansaço
O desespero é uma caveira calma no escuro
A cada dia o Saber me bate a porta
E eu não abro com medo do seu rosto
Pois sei que a cada esquina deste livro
Personagens trazem os traços do desgosto!