#54 - Ao amor, com carinho.
Não sei se é estupidez ou burrice
rodear, circular e voltar ao mesmo ponto.
Um carinho me faz confundir tudo,
não me dê carinho, não me leve ao pranto.
Deixe-me, não se aproxime de mim.
Tudo era melhor antes de tu.
Você partirá, no fim.
Fique longe, não iluda-me.
Não há para que gastar energia,
preciso de um acordo,
oscilar entre a vida vazia,
oscilar entre o gozo.
Não é culpa de ninguém!
Talvez meu cérebro e meu coração não se entendam.
Mas escrevendo isso, irei me atentar ao duelo,
para que nenhum dos dois se arrependam.
Já se passou de uma centena,
escritos do fundo do meu peito,
textos, haikais...tantos poemas.
Mas sigo teimoso, não aceito.
Vai saber se é masoquismo,
ilusão ou carência...
Tudo isso beira o sadismo.
Sabe? Uma penitência.
Apaixonar me inspira,
Escrever me alivia,
esse meu jeito de caipira,
de enxergar o amor com miopia.
Não sei se está compensando,
escrever esses lamentos,
e na vida dançando.
o que são meus textos, além de excrementos?
Pouco sei, quase nada.
Nem o rio, nem eu somos mais os mesmos.
O devir, é que devo ir.
Sigo me deixando aos desejos.