DOGMA

És muito correta.

Mais do que devias.

Por demais ética...

Excessivamente moral.

Oh... Meu flerte!

Quando se culpas...

Não há deleite.

É ruin demais...

Quando tudo há demais.

Nocivo.

Até o bem contra o mal.

Equilibrio é preciso.

Deveria permitir-se...

O prazer de um segredo...

Um gostoso segredo...

Ninguém forma-se grande...

Sem o pequeno delito...

E esquecer tanta bondade...

Para manter a sanidade.

Como por exemplo...

No seu atual desamor...

Permitir-se trair.

Sem dó e pesar.

Pois humano eu sou...

Para aconselhar.

Não me puno em rigor...

Nem escravo do que sinto.

Do que lhe anseio tomar...

A paz lhe roubar...

Seu sossego esvair-se...

É verdade...

Eu não minto.

Assim aprenderá

Em se perdoar...

Pegar leve consigo.

E na razão de viver....

Não irá jamais forçar...

Aquele velho clichê...

A busca de um sentido.

Eis o meu dogma...

Para viver.

Carregues consigo.

El Moura
Enviado por El Moura em 28/06/2021
Código do texto: T7288229
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