DOGMA
És muito correta.
Mais do que devias.
Por demais ética...
Excessivamente moral.
Oh... Meu flerte!
Quando se culpas...
Não há deleite.
É ruin demais...
Quando tudo há demais.
Nocivo.
Até o bem contra o mal.
Equilibrio é preciso.
Deveria permitir-se...
O prazer de um segredo...
Um gostoso segredo...
Ninguém forma-se grande...
Sem o pequeno delito...
E esquecer tanta bondade...
Para manter a sanidade.
Como por exemplo...
No seu atual desamor...
Permitir-se trair.
Sem dó e pesar.
Pois humano eu sou...
Para aconselhar.
Não me puno em rigor...
Nem escravo do que sinto.
Do que lhe anseio tomar...
A paz lhe roubar...
Seu sossego esvair-se...
É verdade...
Eu não minto.
Assim aprenderá
Em se perdoar...
Pegar leve consigo.
E na razão de viver....
Não irá jamais forçar...
Aquele velho clichê...
A busca de um sentido.
Eis o meu dogma...
Para viver.
Carregues consigo.